A liturgia é a celebração do Mistério
Pascal de Cristo. Em volta deste núcleo fundamental da nossa fé,
celebramos no Ano Litúrgico a memória do Ressuscitado na vida de cada
pessoa e de cada comunidade.
O Ano Litúrgico “revela todo o mistério
de Cristo no decorrer do ano, desde a Encarnação e nascimento até à
Ascensão, ao Pentecostes à expectativa da feliz esperança da vinda do
Senhor.” (S C. 102). E assim nos propõe um caminho espiritual, ou seja, a
vivência da graça própria de cada aspecto do mistério de Cristo
presente e operante nas diversas festas e nos diversos tempos
litúrgicos.
Em síntese, através do Ano Litúrgico, os
fiéis fazem a experiência de se configurar ao seu Senhor e dele
aprenderem a viver “os seus sentimentos.” Fl 2,5.
O Ano Litúrgico não apenas recorda as
ações de Jesus Cristo, nem somente renova a lembrança de ações passadas,
mas sua celebração tem força sacramental e especial eficácia para
alimentar a vida cristã. Por isso, o Ano litúrgico é sacramento e assim,
torna-se um caminho pedagógico-espiritual nos ritmos do tempo.
Como a vida, a Liturgia segue um ritmo
que garante a repetição, característica da ação memorial. Repetindo, a
Igreja guarda a sua identidade. Para fazer memória do mistério a
Liturgia se utiliza de três ritmos diferentes: o ritmo diário alternando
manhã e tarde, dia e noite, luz e trevas; o ritmo semanal alternando
trabalho e descanso, ação e celebração; o ritmo anual, alternando o
ciclo das estações e a sucessão dos anos. (Guia Litúrgico – Pastoral –
pgs. 7\8).
O ano civil começa em primeiro de
janeiro e termina dia 31 de dezembro. O Ano Litúrgico começa no 1º
domingo do Advento e se encerra na Solenidade de Cristo Rei. Portanto,
estamos iniciando neste domingo o Ano Litúrgico de 2014.
“O Tempo do Advento
possui dupla característica: sendo um tempo de preparação para as
solenidades do Natal, em que se comemora a primeira vinda do Filho de
Deus entre os homens, e um tempo em que, por meio desta lembrança
voltam-se os corações para a expectativa da segunda vinda de Cristo no
fim dos tempos. Por este duplo motivo, o Tempo do Advento se apresenta
como um Tempo de piedosa e alegre expectativa.”
ADVENTO ESCATOLÓGICO:..
No Prefácio do Advento I, a dupla vinda de Cristo: “Revestido da nossa
fragilidade, ele veio a primeira vez para realizar seu eterno plano de
amor e abrir-nos o caminho da salvação. Revestido de sua glória, ele
virá uma segunda vez para conceder-nos em plenitude os bens prometidos
que hoje, vigilantes, esperamos.”
No Prefácio do Advento I A, Cristo, Senhor e Juiz da História:
“Vós preferistes ocultar o dia e a hora
em que Cristo, vosso Filho, Senhor e Juiz da História, aparecerá nas
nuvens do céu, revestido de poder e majestade. Naquele tremendo e
glorioso dia, passará o mundo presente e surgirá Novo Céu e Nova Terra.
Agora e em todos os tempos, ele vem ao nosso encontro, presente em cada
pessoa humana, para que o acolhamos na fé e o testemunhemos na caridade,
enquanto esperamos a feliz realização do seu Reino.”
ADVENTO NATALINO: No Prefácio do Advento II, a espera jubilosa de Cristo:
“Predito por todos os profetas, esperado
com amor de mãe pela Virgem Maria, Jesus foi anunciado e mostrado
presente no mundo por São João Batista. O próprio Senhor nos dá a
alegria de entrarmos agora no mistério do seu Natal para que sua chegada
nos encontre vigilantes na oração e celebrando os seus louvores.”
No Prefácio do Advento II A, Maria Nova Eva:
“Nós vos louvamos, bendizemos,
glorificamos, pelo mistério da Virgem Maria, Mãe de Deus. Do antigo
adversário nos veio a desgraça, mas do seio virginal da filha de Sião
germinou aquele que nos alimenta com pão do céu e garante para todo o
gênero humano a salvação e a paz. Em Maria, é-nos dada de novo a graça
que por Eva tínhamos perdido. Em Maria, mãe de todos os seres humanos, a
maternidade, livre do pecado e da morte, se abre para uma nova vida. Se
grande era a nossa culpa, bem maior se apresenta a divina misericórdia
em Jesus Cristo, nosso Salvador”.
Que nós, mantenhamos uma expectativa
vigilante e alegre, eduquemo-nos à esperança forte e paciente e,
clamemos com toda a Igreja: Vem Senhor Jesus, vem!
Frei Filomeno dos Santos O.Carm.
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